sexta-feira, 13 de julho de 2012

Estou de volta...



Foram longos meses afastada. Para ser mais exata, desde 10/12/2011 que eu me afastei dos treinos. Nesse meio tempo afastada enfrentei os maiores desafios que alguém possa imaginar passar. Fui obrigada a me afastar por questões físicas e emocionais que me faziam não mais render nos treinos como antes. Passei um tempo que, para muitos, pode ser considerado pouco, mas que para mim foi o suficiente no entendimento das coisas que estavam me acontecendo e principalmente as que ainda estavam por vir. Lembro-me bem que, no início, me frustrei e pensei em nunca mais voltar e desistir de tudo, enfim, seguir outros caminhos. Lembro-me, ainda, dos inúmeros pedidos de ajuda que eu fiz a alguns amigos e poucos (pouquíssimos) foram capazes de perceber no meu olhar a força que eu estava precisando naquele momento.

O que estava por vir, finalmente veio e veio com uma força tamanha que pensei ser mais forte do que eu conseguiria aguentar, mas não. A prova disso é que estou de volta e agora eu voltei para ficar. Pude enxergar verdadeiramente tantas coisas que antes me era tão difícil. Hoje eu sei que vivi, num mesmo tempo, o pior e o melhor de mim e nada, nem ninguém me fará voltar a ser novamente a Amanda que um dia eu fui. Foi uma mistura tão grande de identidades, eu fui me perdendo e deixando tudo e todos de lado, fui me isolando e deixando a 'vida me levar'. Isso foi bom... muito bom... Percebo que graças ao que passei hoje eu sou mais forte. Mesmo chorando e tendo me perdido, ainda sou eu mesma só que com uma força de vontade para viver muito maior do que antes e, aos poucos, bem aos poucos, as mágoas estão me deixando viver...

Com a intensidade e a assiduidade dos meus treinos sinto que o vigor está cada vez maior em mim e que estou novamente me libertando dos fantasmas que a vida me apresenta diariamente. Quando estou no dojo eu me transformo completamente. Sinto algo diferente em mim. Ninguém me entende quanto a isso, tem quem me chame de anormal ou de exagerada e dramática, mas eu sei que o que eu sinto é muito verdadeiro, porque é uma experiência muito minha que eu não sei explicar ao certo o que é. Acho que eu me sinto assim, porque, no tatame,eu realmente sou muito mais eu, sem disfarce nenhum, sem máscara. Chorando ou sorrindo, com ganhos ou perdas, eu ainda continuo sendo eu mesma e isso me ajuda bastante, pois levo todos os ensinamentos adquiridos para a vida que eu levo fora da academia.