segunda-feira, 4 de abril de 2011

Mais uma de solidariedade que eu aprendi



O Japão, com toda a sua história de desafios e superação, precisa superar mais esse desafio que foi a catástrofe do terremoto em seus territórios. Para isso necessita de toda a ajuda possível. Foi pensando nisso que a Associação Nipo Brasileira promoveu um evento denominado Gambarê Nippon que quer dizer "Para frente Japão". O evento contou com o espírito fraterno tanto de japoneses que moram há muitos anos aqui no Brasil, mas com parentes sofrendo lá no Japão, como também de brasileiros adeptos da cultura oriental. Todas as doações e tudo o que conseguiram arrecadar com a venda de comidas e produtos tipicamente japoneses será enviado ao Japão, no intuito reconstruir o que foi destruído pelo terremoto.
Foi um belo evento, que mostra como as pessoas podem ser melhores e fazer a diferença, foi o que disse o estudante e atleta de Karatê-do, de apenas treze anos, Daniel Bibas: "Só o fato de ter tido a iniciativa de ajudar, como fosse possível, já é meio caminho andado para vivermos num mundo melhor do que este que estamos vivendo. Eu acredito que tal evento é muito importante, na verdade, é maravilhoso porque incentiva as pessoas, de qualquer idade ou classe social a ter a noção da existência do outro e das necessidades que esse outro tem."
O estudante de Odontologia e atleta de Karatê-do, José Rafael Filizola, de dezoito anos, concorda com o colega afirmando: "Essa é uma forma muito interessante que essas pessoas encontraram de ajudar o seu povo e, não é só isso, mas também uma forma a mais de incentivar o espírito de solidariedade do brasileiro. Dá para pensar que essa foi uma forma muito bonita de trazer a cultura japonesa até os que são adeptos dela, mas que nunca tiveram a chance de estar tão perto. Uniu, na minha opinião, o útil ao agradável, visto que eu posso ajudar de alguma forma as pessoas que estão sofrendo lá no Japão e conhecer um pouco de uma cultura tão encantadora e rica como é a oriental."
Um dos entrevistados, Gugu Palha, pai do atleta faixa preta de Karatê-do, Victor Dmingues, levantou uma importante questão: "Eu gostaria, com certeza, de estar lá no Japão ajudando não somente os japoneses, mas também os brasileiros que estão morando lá e tentar juntamente com todos eles entender o motivo de tantos sofrimentos que a humanidade inteira está vivendo nas últimas décadas." De tudo o que conversamos o que mais chamou a minha atenção foi essa fala dele. Há de se pensar que essa questão nos faz refletir sobre as nossas atitudes com o mundo a nossa volta. E quando falo de mundo, não estou me referindo somente às pessoas, à natureza ou o que quer que seja mais. Na verdade estou falando de todo um conjunto que compõe a natureza humana de cada um.
A academia Machida de artes marciais foi convidada a fazer uma apresentação da verdadeira arte marcial oriental e contou com a presença de diversos faixas pretas que treinaram arduamente para fazer bonito na frente de tantos convidados presentes. O atleta Lyoto Machida também esteve presente e fez uma rápida demonstração de alguns golpes utilizados por ele nas suas lutas de MMA. A apresentação dele foi um pouco mais rápida que as demais da academia Machida devido a um corte que precisou levar dois pontos no braço esquerdo do atleta, mas também foi uma excelente apresentação, não perdendo em quase nada para as demais da tarde.