terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

"Um samurai nunca age com raiva"



"Certa vez meu Sensei contou a história de um Samurai que foi encarregado de matar um bandido da sua aldeia. Ao desembainhar a espada para cumprir com a missão que lhe havia sido confiada, o bandido, que já havia sido amarrado, sem qualquer possibilidade de defesa, cuspiu no rosto do Samurai. Este, com raiva, levantou a espada, mas, de repente, largou-a no chão e afastou-se da aldeia. Retirou-se para as montanhas mais próximas e lá passou o resto do dia e a madrugada inteira meditando. No dia seguinte, voltou à aldeia tomou a espada nas mãos e cortou a garganta do bandido e foi embora."


Ao ouvir essa história, de imediato perguntei ao Sensei o motivo do Samurai não ter matado o bandido logo quando este cuspiu no rosto dele. A resposta do Sensei foi a seguinte:

"Amanda, foi dada àquele Samurai uma missão. Deveria ser cumprida da forma mais imparcial possível. Não constava na missão tal imprevisto ocorrido, mas ele soube se sair de forma exemplar. Se o Samurai matasse o bandido naquele momento, não seria considerado um Samurai de verdade, pois estaria agindo de forma totalmente parcial, ou seja, com os sentimentos. Ele seria apenas mais um sem fazer a diferença. Mas ao retirar-se para meditar, ele teve a possibilidade acalmar o espírito e a humildade de cumprir com a missão imparcialmente (como deve ser) sem dar vazão à raiva que sentiu. Aprenda uma coisa, um Samurai nunca age com a emoção e sempre com a razão!"


Foi difícil entender o que esta frase quer dizer, mas quando finalmente consegui entender, pude perceber que nenhuma situação é suficientemente capaz de me aborrecer tanto a ponto de me fazer perder o eixo do meu equilíbrio. E se algo me irritar, eu não preciso revidar, na verdade, eu tenho a obrigação de ser e fazer diferente, porque além de ser uma Karateca, eu ainda quero ser uma Guerreira Samurai para a minha geração e ter condições de cuidar e lutar por tudo o que realmente acredito ao meu redor.